
Essa famigerada frase usada para vender cursos de #copywriting me dói na alma. E a dor aguda se transforma em dor crônica quando vejo desfilar no feed das redes sociais, nos sites e landpages, textos escritos por pessoas que acreditaram nesse conto da carochinha.
Concordo que para ser copywriter não é preciso fazer parte da Academia Brasileira de letras, off course! Mas vamos combinar, é preciso saber escrever e bem! Além de ter que dominar todas as técnicas e conceitos do copywriter, a saber: os frameworks (estrutura), os vieses emocionais, a força das palavras, a concisão, clareza (uma frase uma idéia) etc. Saber de neurociência é um plus.
Além de trabalhar com a escrita, fui bailarina e sou professora de yoga. Um dos estilos que ensino é o yoga vinyasa flow, uma variação de hatha yoga que, em linha bem gerais, consiste em conectar os asanas (posturas) de forma fluida, graças à sincronização da respiração e movimento. Um pouco como dançar. E garanto para você, é difícil pra muita gente! Principalmente para quem não tem intimidade com seu próprio corpo.
Você deve estar se perguntando o que o #yogavinyasaflow tem a ver com copywriter? Pois bem, antes de aprender a fazer o flow do vinyasa yoga, o aluno tem que aprender a executar os asanas. Para isso ele tem que (re) conhecer seu corpo, como suas partes se articulam, suas limitações, suas potencialidades e saber como traduzir sua experiência corporal em palavras (o corpo sabe o que o cérebro nem sempre se dá conta).
Para escrever é preciso conhecer bem a língua e seu funcionamento (regras de gramática, funções etc), ter um repertório lexical variado, dominar a pontuação e por aí vai. Até aqui tudo bem, a execução dos asanas teria a ver com as regras do #copywriter e da gramática. Isso tudo se aprende e o tempo que leva vai depender do quanto você se dedica. Mas o que eu quero destacar aqui é o flow do yoga e sua relação com a #escrita.
Como venho observando há anos como professora de yoga vinyasa flow, entrar no flow da prática é algo que leva muito tempo, principalmente se o neófito nunca teve contato com a dança ou qualquer outra disciplina corporal que o sensibilizasse ao ritmo, à musicalidade e à organicidade poética do seu próprio corpo. Em copywriting temos o conceito de slippery slide.
Ou seja, um bom texto de copywriting deve deslizar, se desenvolver de forma fluida, com pausas (pontuação), ápices (tem que ressoar de alguma forma, doer), evitar aquilo que é supérfluo (desengordurar o texto) e ter um desfecho, que quanto mais épico mais eficaz.
Temos que reter e conduzir o leitor em um movimento síncrono (palavra, emoção, respiração), um pouco como no Yoga Vinyasa flow. Lembrando que nesse estilo de yoga fazemos o flow com o objetivo de alcançar a peak pose; o flow (essa dança que conecta as posturas), assim como cada postura preparatória, deverão permitir que o praticante avance sem entraves, de forma fluida, até a postura final, mais complexa.
O que eu quero mostrar com essa comparação é que escrever, assim como dançar, fluir com o corpo, requer intimidade ( corpo, palavra, ritmo). Logo concluo: que me perdoem os vendedores de cursos de #copywriting que se valem dessa famigerada asserção para vender cursos fastfood, saber escrever é fundamental para escrever textos cativantes e com estilo. E claro, é preciso também conhecer o verdadeiro valor das palavras, mas isso será assunto para um próximo post ;-)
Publicado originalmente na forma de post LinkedIN
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